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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Excursão 15/05





Estou em um ônibus com vários desconhecidos. A única coisa que eu sei a respeito deles é que possuem o mesmo meu objetivo, passar em um concurso e começar uma carreira estável em um órgão público.

Enquanto vejo a vida correr pelo vidro da janela, vidro esse que reflete uma imagem estática, ofuscada pelas paisagens externas. É mais uma visão de um rosto, assim como de vários outros que se sentam em outras poltronas. Como é estranho só ouvir o som do motor e aquelas diversas faces sem manifestarem reações, cada um com sua história, com suas aflições, nervosismo, ansiedade nas mais diversas intensidade, mas sigo vendo a mesma coisa. Isso não transcende. Tudo é tão imprevisível, da mesma forma que não sabemos o que encontrar na próxima curva.

De repente alguém se levanta todos olham, alguns com aquela peculiar mania repugnante de olhar dos pés a cabeça, como se isso pudesse dizer algo além de uma figura estética, mas, a final continuamos sem saber nada um do outro. Era só mais um a se deslocar ao banheiro e sofrer para abrir e fechar aquelas portas de pressão. A excursão prossegue. Notam-se algumas iniciativas de comunicação, mas era bem provável que em pouco tempo estaríamos todos interagindo. Aquela monotonia não poderia durar nada além da madrugada. Afinal somos “mergulhões” de Santa Vitória do Palmar e como de praxe a comunicação não é nenhum problema, até chegar em uma cidade grande, já que normalmente, uma tentativa de aproximação é vista como uma possibilidade de assalto.

A pesar do nome “mergulhão” que origina-se de uma ave típica da região, muitos atribuem esse nome para descrever um ser grosso, antipático, rudimentar, mas literalmente esses atributos não são de nosso povo.

A viagem foi muito divertida após algumas horas. Fizemos novas amizades. Só fiquei chateado pelo grêmio ter perdido para o inter, mas isso faz parte, se perde e se ganha, e o pior que a minha prova era no mesmo instante do jogo, enquanto eles chutavam a bola eu riscava a prova e assim foi até o final. Só se ouvia os foguetes e depois os “buzinasos”, já era noite começava a chover e o ônibus com o pessoal a me esperar, e logo já sentíamos uma família voltando para casa, mas como todo fim, quando desci na minha parada deixei vários amigos para trás e cada um seguiu sua vida.